quinta-feira, 24 de março de 2011



genealogia

nasci pela madrugada,
no dia de são gregório.

sigo então
entre o segredo e a missa,
estrangeiro em qualquer porto.

se paro,
inquieto,
sou triste.

(o vento à cara,
a alma em riste,
é tudo o que peço!)

se me encontro
é quando diante de mim
resplandecem
enormes
os olhos da sereia

que me invadem,
mas que eu não entendo.

cara de fernando diegues
palavra de victor valente

3 comentários:

  1. Posso entender que aqui se fale da incompreensão d'"o amor, que se dá no silêncio de um olhar" (Da Vinci); e posso estar certa em meu ver que a compreensão é a interpretação dos sentidos. Acontece que jamais serei capaz de ter este olhar no 'olhar da sereia'. Sou simples mortal que até hoje - presa em/de idéias comuns - só havia pensado em seu canto, mas que adora ler as descobertas dos poetas!!! Parabéns!

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  2. Quem sou?
    Quem somos todos perdidos nesta estrada
    Que leva do nada
    A algum lugar que mal conhecemos

    Se sequer nos sabemos, saberemos nós os caminhos
    Quais atrozes espinhos nos esperam nas esquinas?

    O sol pega o trem azul
    O sol na cabeça

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  3. :os traços na calçada levaram direto ao segredo. e assim foi até que a noite chegou e a estrela acendeu . ainda assim a caixa de pandora não abriu. ao longe ouvia-se os dois afinadores de sereias, sentados na pedra do sino. o daltônico empunhando a câmera digital.

    cg
    www.azulafora.blogspot.com

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