intimidade
a verdade é que tudo vem
como se nunca houvesse partida.
nosso gosto por besteiras,
a mesa farta.
só os olhos medindo distâncias.
em nossos encontros o tempo dorme
e a vida passa a correr em medidas familiares.
o amor habita a casa
e a casa cresce,
abarca o mundo.
vai ver, saudade vale a pena.
cara de fernando diegues
palavra de victor valente
Lindos poemas, parabens!
ResponderExcluirpra mim o bom da saudade é matá-la depois de senti-la.
ResponderExcluirmto bom o blog! parabéns!
Aposto que vale!
ResponderExcluirTexto e foto sempre naquela versão "morango com chocolate" rsrs.
Mais e mais sucesso!
Me parece que esse poema é uma espécie de complemento de um post antigo 'o cântico dos cânticos'. As fotos me chamaram a atençao... pelo cenario e pelo menino. O que antes parecia ser uma 'confissão' sobre um amor, uma mulher amada depois desse poema nos é sutilmente revelado que essa mulher é a própria mãe. Será isso?! Me surpreendo sempre com esse blog... rs
ResponderExcluirBelíssima leitura, Enaira. Sim, é o mesmo menino no mesmo cenário. Sua interpretação acerca das composições e das possíveis relações que entre elas existam é muito pertinente.
ResponderExcluirEntretanto, por que o "Será isso?!" do seu comentário? Digo, faz parecer que o seu intuito era chegar na leitura que eu e o Fernando teríamos, por acaso, proposto.
Acontece que o blog passa bem longe disso: o que queremos é provocar discussões, isto é, é partir das composições para novas possibildiades de sentido, construídas entre nós, os autores, e o leitor.
Cada uma das composições não está fechada - mesmo eu o Fernando as observamos de maneiras distintas.
É como uma mesa de boteco, a gente começa o papo e só Deus sabe onde vai dar. Então puxa uma cadeira, desce mais uma - e bora conversar.
um beijo.
Salve!
ResponderExcluirHoje aprendi um conceito chamado "reserva-de-sentido" que me fez lembrar o Cara da Palavra e, em especial, dessa conversa que se iniciou nos comentários dessa composição. Li essa ideia em um texto de Tereza Maria Pompéia Cavalcanti (doutora em Teologia).
O conceito defende que todo texto (e aqui peço que pensemos em uma visão mais "literal" de texto, como algo que é tecido, construido fio por fio) possui um "atrás do texto", que se refere ao contexto histórico e intenções do autor, e um "adiante do texto", que se refere às INCONTÁVEIS LEITURAS POSSÍVEIS QUE SE FARÃO DO TEXTO em momentos posterios de sua composição.
Em síntese, a reserva-de-sentido "corresponde à possibilidade de um texto dizer mais do que pensou o seu autor". Cientes dessa possibilidade, é justamente o que eu e Victor propomos. Ficamos felizes em ver que esse "convite" vem sendo aceito pela galera nos mais diferentes posts...
O que era para ser um comentário está se tornando um "tratado", risos...Vou parando por aqui, mas ansioso por novas contribuições para a conversa...
um abraço
Saudade é bom demais... apesar da dor que nos dá ao sentí-la é refletida automaticamente na alegria de matá-la!!!
ResponderExcluirDesce um copo pra mim!!!
Retificando então minha frase... 'poderá ser isso?!'. Falo isso como quem diz: quem mais viu o que eu vi e quem viu diferente?! Bora conversar... rs... mas confeço que é sempre um desafio tentar imaginar o que vcs pensaram, mesmo tendo minha própria visão das coisas, até mesmo para ver quantas interpretações são possiveis e quanto elas podem ou não se afastar da 'matriz'! rs... Bjos
ResponderExcluirO Bom disso tudo é que, o que conduziu as palavras do poeta permanece na intimidade que até ele pouco sabe explicar. Até porque a lógica é inimiga da poesia. Que bom...
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