'o azul, não vê?.'
a verdade é que nos perdemos.
mais que nos amamos, nos perdemos.
isso de amor nesses dias de
fast food and fast and furious
faz de nós um tanto menos.
e é triste o amor que diminui.
ontem, pela praia,
a criança me sorriu de um jeito tão bonito.
era como se a verdade me encontrasse
assoviando.
eu sorri.
a mãe, vexada,
veio e levou embora o anjo bom,
em modos de quem recrimina.
viu meus olhos baixos de vergonha
e partiu
(a zelar pelo costume
num tempo em que se tem vergonha
de sorrir).
cara de fernando diegues
palavra de victor valente
lembrei desta:
ResponderExcluirEu tive um sonho esta noite que não quero esquecer,
por isso o escrevo tal qual se deu:
era que me arrumava para uma festa onde eu ia falar.
o meu cabelo limpo refletia vermelhos,
o meu vestido era num tom de azul, cheio de panos, lindo,
o meu corpo era jovem, as minhas pernas gostavam
do contato da seda. Falava-se, ria-se, preparava-se.
Todo movimento era de espera e aguardos, sendo
que depois de vestida, vesti por cima um casaco
e colhi do próprio sonho, pois de parte alguma
eu a vira brotar, uma sempre-viva amarela,
que me encantou por seu miolo azul, um azul
de céu limpo sem reverberações, de um azul
sem o “z”, que o “z” nesta palavra tisna.
Não digo azul, digo bleu, a idéia exata
de sua seca maciez. Pus a flor no casaco
que só para isto existiu, assim como o sonho inteiro.
Eu sonhei uma cor.
Agora, sei.
Adélia Prado
parabéns pelo blog. maravilhoso!
ResponderExcluirSenti e Adorei cada verso. Principalmente o dito que fala da tristeza! Quanto tempo perdido tem a humanidade tentando evoluir sendo menos humana!
ResponderExcluirObrigada pelas palavras!