eu e ela
eu e ela
vivemos a inventar defeitos
e de gostar muito dos defeitos que inventamos
e isso não importa.
eu e ela rimos muito.
e silenciamos.
e aproveitamos mais os silêncios
que lembramos do riso.
e o riso é belo,
e o silêncio é denso,
e isso não importa.
eu e ela comemos tanto,
e bebemos mais.
e comemos e bebemos
pensando nas vezes em que não estávamos juntos
a comer e beber.
e lembramos do que não vimos.
e planejamos o que não temos.
e temos medo.
e o medo já não importa.
somos dois pela noite,
cegos no escuro
apalpando os muros até tocar os dedos.
Cara de Fernando Diegues
Palavra de Victor Valente
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