quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

poema para um dia de febre

 
o meu corpo é um templo
onde deuses pagãos se atravessam.

nele, nada é mínimo.
todos os poros ardem como
a morte de mil estrelas,
como o grito inútil dos condenados.

os deuses que por ele se perpassam
deixam marcas de dores, suores e sonhos.

em espasmos, a fragilidade humana
é deflorada e padece.

um perfume, apenas, é o que resta,
timidamente guardado pela cumplicidade de um lençol.


cara de fernando diegues
palavra de victor valente

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